Greve dos bombeiros
RIO - Mais de 400 bombeiros libertados na manhã deste sábado fizeram um protesto em frente à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Todos os presos no sábado passado por invadir o Quartel Central dos Bombeiros, no Centro do Rio, em ato grevista por melhores salários, já estão em liberdade. Na sexta à noite foram libertados os líderes do movimento, que estavam detidos no Grupamento Especial Prisional (GEP) de Benfica.
A libertação dos demais começou por volta de 4h20m deste sábado, quando oficiais de Justiça chegaram ao quartel dos Bombeiros em Charitas, Niterói, com alvarás de soltura de 429 bombeiros e 2 policiais militares. Os grevistas assinaram os alvarás de soltura, retomaram a liberdade e seguiram de barca e ônibus para a Assembleia Legislativa em nova manifestação.
No entanto, um grupo de 15 bombeiros continuou detido até o início da tarde no quartel de Charitas devido a inconsistências na listagem enviada pela corregedoria da Polícia Militar. Eles foram transferidos às 14h40m para o GEP, em São Cristovão, de onde foram soltos. O cabo Allan Junior Selly, do 21º GBM (Itaperuna), foi um dos últimos militares da corporação que foram libertados e seguiu com os demais manifestantes de sua corporação para Itaperuna.
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FOTOGALERIA:Veja as imagens da libertação dos bombeiros
O grupo de manifestantes vai fazer um abaixo-assinado durante a passeata de domingo para pedir a anistia dos processos administrativos e criminais, que os militares estão respondendo por conta da invasão ao quartel central da corporação, segundo um dos líderes do movimento dos Bombeiros, o capitão Lauro Botto.
Ele informou ainda que os bombeiros libertados não tinham ideia do apoio que recebiam da população. O capitão Lauro Botto espera que o governo negocie salários e condições de trabalho para toda a categoria.
Mais cedo, o comandante da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte, comunicou a suspensão da escala extraordinária deste domingo para todo o efetivo da PM no estado. A escala especial era uma medida preventiva para evitar a participação dos policiais em passeata dos bombeiros marcada para a manhã deste domingo na orla de Copacabana.
Mário Sérgio disse que recebeu uma ligação do coronel Sérgio Simões, novo secretário de Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombeiros, informando que o clima na cidade é de absoluta tranquilidade.
-- Tendo em vista o contato feito com o coronel Simões, que me passou este clima de tranquilidade, eu readequei a escala. mantendo apenas o plantão extraordinário nos batalhões da Zona Sul -- disse o comandante.
Segundo o comandante da PM, apenas os efetivos do 19º BPM (Copacabana) e do 23º BPM (Leblon) terão escala diferenciada, das 9 às 14h, por causa da manifestação dos bombeiros.
Mário Sérgio informou também que manterá o plantão reforçado na área do 14º BPM (Bangu) devido aos confrontos com a guerra do tráfico na Vila Kennedy.
A notícia de que o comando da PM revogou a escala extraordinária dos policiais neste domingo foi muito comemorada pelos bombeiros que estavam acampados nas escadarias da Assembleia Legislativa.
Todos que estavam presos e receberam o alvará terão que comparecer no próximo dia 15 de junho na auditoria da Polícia Militar.
Protesto em Barra Mansa
Dez bombeiros que estavam presos no quartel da corporação em Niterói foram libertados no início da manhã deste sábado e seguiram direto para Barra Mansa para participar de uma passeata no Centro da cidade.
Pedido de anistia penal e administrativa
Apesar da libertações, negociações entre os grevistas e governo do Rio de Janeiro permanecem em impasse. O cabo Beneveluto Daciolo, um dos lideres do movimento dos Bombeiros, afirmou que o principal objetivo do movimento é agora a anistia criminal e administrativa dos militares presos, a fim de evitar mais punições.
Daciolo e outros nove líderes do movimento foram libertados antes dos outros detidos, na noite de sexta-feira, e vieram em carreata até Niterói acompanhar a libertação de seus companheiros.
A libertação foi obtida graças a pedido de habeas corpus ajuizado por deputados federais no Tribunal de Justiça do Rio na madrugada de sexta-feira.
- A verdade está sendo revelada. Os bombeiros nunca foram omissos à população. Agradecemos aos civis que nos apoiaram em nossa causa - afirmou Daciolo, completando - O que falta agora e a anistia criminal e administrativa de todos os presos.
Piso salarial de R$ 2 mil
As revindicações do grupo ainda são as mesmas: gratificações, piso salarial de R$ 2 mil e vale-transporte.
Daciolo, um dos líderes dos grevistas, rebateu acusações do governador Sérgio Cabral, que chamou a classe de vândalos:
- Ninguém é covarde e vândalo. Somos pais de família.
Sobre o novo comandante do Corpo de Bombeiros, o coronel Sergio Simões, Benevenuto, Daciolo evitou comentários.
- O novo comandante não veio nos procurar e não tivemos chances de conversar com ele.
Mas ao menos uma das respostas do governo ao protesto dos bombeiros foi bem avaliada pela liderança do movimento. Daciolo chamou de "grande vitória" a criação da Secretaria de Estado de Defesa Civil, desmembrada da então Secretaria de Defesa Civil e Saúde na quinta-feira passada.
- O desdobramento era uma reivindicação que tínhamos desde o início. Haviam colocado um paisano comandando a tropa - afirmou Daciolo, referindo-se ao secretário estadual de Saúde, Sérgio Cortes.
Mas o cabo demonstrou incômodo com outra frente de negociação criada por outras associações. Ele criticou a formação da Frente Unificada, grupo de seis associações de classe de policiais militares e bombeiros, que iniciou uma negociação com o governo.
- Nenhuma daquelas associações têm legitimidade para negociar. Só reconhecemos, quando o governo vier negociar com o núcleo do movimento. Até agora, ninguém nos chamou.
Por fim, o cabo quis negar em entrevista a jornalistas que o amotinamento no Quartel Central dos Bombeiros, que motivou as prisões, possa ser chamado de "invasão".
- Simplesmente, nos aquartelamos para proteger nossos entes queridos. Entramos no nosso quartel, nossa casa, para nos proteger da informação de que o Bope reprimiria nossa passeata.
RIO - Mais de 400 bombeiros libertados na manhã deste sábado fizeram um protesto em frente à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Todos os presos no sábado passado por invadir o Quartel Central dos Bombeiros, no Centro do Rio, em ato grevista por melhores salários, já estão em liberdade. Na sexta à noite foram libertados os líderes do movimento, que estavam detidos no Grupamento Especial Prisional (GEP) de Benfica.
A libertação dos demais começou por volta de 4h20m deste sábado, quando oficiais de Justiça chegaram ao quartel dos Bombeiros em Charitas, Niterói, com alvarás de soltura de 429 bombeiros e 2 policiais militares. Os grevistas assinaram os alvarás de soltura, retomaram a liberdade e seguiram de barca e ônibus para a Assembleia Legislativa em nova manifestação.
No entanto, um grupo de 15 bombeiros continuou detido até o início da tarde no quartel de Charitas devido a inconsistências na listagem enviada pela corregedoria da Polícia Militar. Eles foram transferidos às 14h40m para o GEP, em São Cristovão, de onde foram soltos. O cabo Allan Junior Selly, do 21º GBM (Itaperuna), foi um dos últimos militares da corporação que foram libertados e seguiu com os demais manifestantes de sua corporação para Itaperuna.
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O grupo de manifestantes vai fazer um abaixo-assinado durante a passeata de domingo para pedir a anistia dos processos administrativos e criminais, que os militares estão respondendo por conta da invasão ao quartel central da corporação, segundo um dos líderes do movimento dos Bombeiros, o capitão Lauro Botto.
Ele informou ainda que os bombeiros libertados não tinham ideia do apoio que recebiam da população. O capitão Lauro Botto espera que o governo negocie salários e condições de trabalho para toda a categoria.
Mais cedo, o comandante da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte, comunicou a suspensão da escala extraordinária deste domingo para todo o efetivo da PM no estado. A escala especial era uma medida preventiva para evitar a participação dos policiais em passeata dos bombeiros marcada para a manhã deste domingo na orla de Copacabana.
Mário Sérgio disse que recebeu uma ligação do coronel Sérgio Simões, novo secretário de Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombeiros, informando que o clima na cidade é de absoluta tranquilidade.
-- Tendo em vista o contato feito com o coronel Simões, que me passou este clima de tranquilidade, eu readequei a escala. mantendo apenas o plantão extraordinário nos batalhões da Zona Sul -- disse o comandante.
Segundo o comandante da PM, apenas os efetivos do 19º BPM (Copacabana) e do 23º BPM (Leblon) terão escala diferenciada, das 9 às 14h, por causa da manifestação dos bombeiros.
Mário Sérgio informou também que manterá o plantão reforçado na área do 14º BPM (Bangu) devido aos confrontos com a guerra do tráfico na Vila Kennedy.
A notícia de que o comando da PM revogou a escala extraordinária dos policiais neste domingo foi muito comemorada pelos bombeiros que estavam acampados nas escadarias da Assembleia Legislativa.
Todos que estavam presos e receberam o alvará terão que comparecer no próximo dia 15 de junho na auditoria da Polícia Militar.
Protesto em Barra Mansa
Dez bombeiros que estavam presos no quartel da corporação em Niterói foram libertados no início da manhã deste sábado e seguiram direto para Barra Mansa para participar de uma passeata no Centro da cidade.
Pedido de anistia penal e administrativa
Apesar da libertações, negociações entre os grevistas e governo do Rio de Janeiro permanecem em impasse. O cabo Beneveluto Daciolo, um dos lideres do movimento dos Bombeiros, afirmou que o principal objetivo do movimento é agora a anistia criminal e administrativa dos militares presos, a fim de evitar mais punições.
Daciolo e outros nove líderes do movimento foram libertados antes dos outros detidos, na noite de sexta-feira, e vieram em carreata até Niterói acompanhar a libertação de seus companheiros.
A libertação foi obtida graças a pedido de habeas corpus ajuizado por deputados federais no Tribunal de Justiça do Rio na madrugada de sexta-feira.
- A verdade está sendo revelada. Os bombeiros nunca foram omissos à população. Agradecemos aos civis que nos apoiaram em nossa causa - afirmou Daciolo, completando - O que falta agora e a anistia criminal e administrativa de todos os presos.
Piso salarial de R$ 2 mil
As revindicações do grupo ainda são as mesmas: gratificações, piso salarial de R$ 2 mil e vale-transporte.
Daciolo, um dos líderes dos grevistas, rebateu acusações do governador Sérgio Cabral, que chamou a classe de vândalos:
- Ninguém é covarde e vândalo. Somos pais de família.
Sobre o novo comandante do Corpo de Bombeiros, o coronel Sergio Simões, Benevenuto, Daciolo evitou comentários.
- O novo comandante não veio nos procurar e não tivemos chances de conversar com ele.
Mas ao menos uma das respostas do governo ao protesto dos bombeiros foi bem avaliada pela liderança do movimento. Daciolo chamou de "grande vitória" a criação da Secretaria de Estado de Defesa Civil, desmembrada da então Secretaria de Defesa Civil e Saúde na quinta-feira passada.
- O desdobramento era uma reivindicação que tínhamos desde o início. Haviam colocado um paisano comandando a tropa - afirmou Daciolo, referindo-se ao secretário estadual de Saúde, Sérgio Cortes.
Mas o cabo demonstrou incômodo com outra frente de negociação criada por outras associações. Ele criticou a formação da Frente Unificada, grupo de seis associações de classe de policiais militares e bombeiros, que iniciou uma negociação com o governo.
- Nenhuma daquelas associações têm legitimidade para negociar. Só reconhecemos, quando o governo vier negociar com o núcleo do movimento. Até agora, ninguém nos chamou.
Por fim, o cabo quis negar em entrevista a jornalistas que o amotinamento no Quartel Central dos Bombeiros, que motivou as prisões, possa ser chamado de "invasão".
- Simplesmente, nos aquartelamos para proteger nossos entes queridos. Entramos no nosso quartel, nossa casa, para nos proteger da informação de que o Bope reprimiria nossa passeata.
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